Parque Arqueológico de Pompeia - Região I - Lugares Autenticos
Ruínas romanas em Pompeia, com paredes de tijolos e detalhes arquitetônicos preservados, cercadas por vegetação verde e árvores altas.

Parque Arqueológico de Pompeia – Região I

Guia Parque Arqueológico de Pompeia - Região I

Área residencial com várias domus e pequenas oficinas​:

Casa del Citarista

Entrada da Casa do Poeta Trágico em Pompeia, com porta de pedra antiga, muros de tijolos e grades modernas para preservação.

É uma das maiores e mais luxuosas residências de Pompeia, ocupando quase toda a Insula I.4, com cerca de 2.700 m². Seu nome deriva de uma estátua de bronze de Apolo tocando cítara, encontrada no local e atualmente preservada no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles.

A casa resultou da fusão de duas residências no século I a.C., apresentando uma planta complexa com dois átrios e três peristilos. O peristilo central destaca-se por uma piscina semicircular adornada com esculturas de bronze de animais como um javali atacado por cães, um leão, um cervo e uma serpente, que funcionavam como fontes decorativas. A residência também contava com termas privadas, uma padaria, uma confeitaria e uma taverna, evidenciando o alto padrão de vida.

Evidências como grafites e inscrições eleitorais indicam que a casa pertencia à família Popidii, uma das mais antigas de Pompeia. Foram encontrados retratos de bronze do proprietário e sua esposa, além de esculturas de mármore possivelmente representando figuras ligadas à casa imperial, como Marcelo, sobrinho de Augusto.

Atualmente, a casa abriga uma coleção de vasos antigos de origens espanholas, gregas e africanas.

Endereço: Região: I, Insula: 4, Entrada: 5-25

Em janeiro de 2017, um muro próximo à Casa do Citarista desabou. Felizmente, a área afetada não continha afrescos e estava fechada ao público.

Casa di Casca Longus

Interior de uma casa romana em Pompeia, com detalhes arquitetônicos preservados, incluindo um pedestal central com estátuas de leões e paredes decoradas com afrescos coloridos.

Também conhecida como Casa dos Quadros Teatrais (Casa dei Quadretti Teatrali), é uma residência aristocrática localizada na Região I, Insula 6, número 11. Datada do século II a.C., a casa recebeu o nome de Casca Longus devido à inscrição encontrada na base de uma mesa, que indica ter pertencido a Publius Servilius Casca Longus, um dos assassinos de Júlio César em 44 a.C. Após a conspiração, os bens dos envolvidos foram confiscados por ordem de Augusto. É provável que o proprietário da casa tenha adquirido essa mesa em um leilão público de bens confiscados.

A residência conta com um átrio principal decorado no Terceiro Estilo da pintura romana, conhecido como o ”estilo enfeitado”. O espaço central apresenta painéis amarelos rodeados por laterais vermelhas, apoiados sobre uma base com friso preto. Nos painéis laterais, é possível observar representações de paisagens locais, enquanto a parte superior é composta por uma camada de gesso cinza de acabamento mais rústico. No centro do átrio, há um implúvio, uma piscina interna destinada à coleta de água da chuva, decorado com detalhes em mármore colorido. Esse elemento está posicionado sob o complúvio, uma abertura no teto que foi recentemente restaurada e recebeu adornos em terracota.

Além das pinturas teatrais no átrio, a casa possui outros ambientes decorados no Terceiro Estilo da pintura romana, com painéis centrais em azul e detalhes em preto, apresentando candelabros e motivos florais. Em um dos quartos, destaca-se uma decoração com cisnes flutuantes sobre fundo negro, enquanto outro apresenta flores e figuras sobre fundo púrpura.

Durante as escavações, foram encontrados objetos de luxo, como uma estatueta de Apolo, tigelas de prata e artefatos de bronze e vidro, reforçando a imagem de uma residência pertencente a um colecionador de arte e objetos preciosos.

Endereço: Região: I, Insula: 6 Entrada: 11

Fullonica di Stephanus

Interior de uma casa romana em Pompeia, com escadaria de pedra e afrescos nas paredes, destacando detalhes arquitetônicos preservados.

A Fullonica di Stephanus era uma instalação dedicada à limpeza e tratamento de tecidos. As atividades realizadas nesse espaço incluíam a lavagem, tingimento e acabamento de roupas, utilizando técnicas sofisticadas para a época. A lavanderia era equipada com múltiplas bacias de lavagem, áreas de secagem e ferramentas específicas.

O edifício foi originalmente concebido como uma casa privada com um átrio central cercado por quartos residenciais e um peristilo que abrigava uma cozinha totalmente equipada. No entanto, posteriormente, foi adaptado para funcionar como uma lavanderia.

Uma característica notável da Fullonica di Stephanus é sua conexão ao sistema de abastecimento de água de Pompéia. A distribuição de água do aqueduto alimentava diretamente as bacias e tanques, garantindo um suprimento constante para suas operações.

Outra curiosidade é que os trabalhadores da lavanderia utilizavam métodos que envolviam a aplicação de substâncias como urina fermentada — usada como agente de limpeza natural —.

Endereço: Região I, Insula: 6 Entrada: 7

Casa del Sacello Iliaco

Interior de uma estrutura romana em Pompeia, com paredes de tijolos e um telhado metálico moderno, exibindo detalhes arquitetônicos preservados e vegetação ao fundo.

Também conhecida como Casa del Larario di Achille, seu nome deriva das decorações que retratam cenas relacionadas à mitologia grega, particularmente de Aquiles, o herói da Guerra de Troia. A casa foi escavada em 1913.

Uma das características mais marcantes da Casa del Sacello Iliaco é a chamada Stanza del Sacello Iliaco , ou Sala do Santuário de Ílio. Nesta sala, a decoração da abóbada apresenta representações das façanhas de Aquiles, com destaque para uma figura feminina central que provavelmente simboliza uma deusa ou personagem importante da mitologia.

Além disso, a residência possui um larário , um pequeno santuário doméstico dedicado aos lares, divindades protetoras do lar. O larário desta casa foi identificado em plantas arqueológicas e está destacado como um elemento central no estudo da topografia religiosa das casas romanas.

Endereço: Região I, Insula: 6 Entrada: 4

Casa del Criptoportico

Interior de uma estrutura subterrânea romana em Pompeia, com arcos decorativos e paredes pintadas com afrescos coloridos, preservando detalhes da arquitetura antiga.

Originalmente, fazia parte de uma propriedade maior pertencente à família Valerri Rufi, uma das mais proeminentes de Pompeia, sendo uma das maiores residências da cidade. O nome desta casa deriva de um criptopórtico, corredor subterrâneo semi-enterrado, que é a característica mais distintiva da casa. Iluminado por grandes janelas que captam luz do jardim adjacente, ele conecta-se a uma sala de estar (oecus) e a um complexo de banhos privados com quatro ambientes. As alas do criptopórtico são decoradas com um ciclo pictórico do Segundo Estilo romano final, inspirado em episódios da Ilíada. Acima de grandes cabeças pintadas, uma sequência de quadros exibe personagens heroicos e divinos, identificados por legendas em grego.

O complexo de banhos, acessado pelo criptopórtico, inclui um frigidário e um caldário, ambos decorados. O frigidário exibe um tripé de Apolo, uma pedra sagrada (baetylus) associada ao culto de Ártemis, e uma pintura de candelabros e cupidos. O caldário, próximo à entrada traseira em I.6.16, possui piso com hipocausto, uma roseta helenística e pinturas de pigmeus itifálicos com ânforas e golfinhos, refletindo influências helenísticas.

Endereço: Região I, Insula: 6 Entrada: 2

Casa dei Ceii

Detalhe de um afresco romano em Pompeia, retratando cenas com cavalos e paisagens, preservado nas paredes de uma estrutura antiga.

A casa foi escavada entre 1913 e 1914 e é considerada um dos raros exemplos de habitação do período samnítico tardio, datando do século II a.C. O nome “Casa dei Ceii” deriva de uma inscrição eleitoral encontrada na fachada, que sugere ser a residência de L. Ceius Secundus. Em italiano, ela também é conhecida como Casa della Caccia (Casa da Caça), devido às pinturas murais com temas de caça que decoram suas paredes.

A fachada da casa é caracterizada por painéis brancos em estuque e capitéis decorativos, típicos da arquitetura samníta. A residência possui uma área total de aproximadamente 288 metros quadrados, o que a torna relativamente pequena em comparação com outras domus pompeianas, mas ainda assim impressionante.

Endereço: Região I, Insula 6 Entrada: 15

Casa del Menandro

Interior de uma casa romana em Pompeia, com colunas clássicas e um afresco retratando uma figura sentada, preservando detalhes arquitetônicos e artísticos da Antiguidade.

Com cerca de 1800 metros quadrados, a casa recebeu esse nome devido à representação de um afresco do poeta grego Menandro, encontrado em suas paredes. A residência também é conhecida como “Casa do Tesouro de Prata” devido à descoberta de uma grande quantidade de objetos valiosos, incluindo prataria, durante as escavações.

A residência possui um layout típico das grandes domus romanas, com um átrio central, peristilo (pátio cercado por colunatas), jardins e salas de recepção amplamente decoradas. Uma das características mais notáveis da casa é a presença da maior sala de banquetes (triclínio) de Pompéia, identificada como Sala 18, que fazia parte do espaço projetado para entretenimento e eventos sociais.

Além disso, pequenos altares e nichos decorativos, revestidos com estuque vermelho, eram usados para exibir figuras de materiais perecíveis, como madeira ou cera, que infelizmente não sobreviveram ao tempo.

Endereço: Região: I, Insula: 10 Entrada: 4

Casa di Paquius Proculus

Interior de uma casa romana em Pompeia, com um mosaico no piso retratando cenas de animais e figuras humanas, destacando a sofisticação artística da Antiguidade.

O nome “Casa di Paquius Proculus” deriva de inscrições eleitorais encontradas nas paredes externas da residência, que indicam a ligação com o político romano Paquius Proculus. No entanto, há controvérsias sobre a verdadeira propriedade da casa, pois algumas fontes sugerem que ela na verdade pertencia à família de Terentius Neo, outro proeminente cidadão pompeiano. Essa dualidade no nome reflete como as casas de Pompéia muitas vezes eram identificadas com base em inscrições ou características marcantes, como os mosaicos.

Uma das características mais icônicas da casa é o famoso mosaico no piso da entrada, que retrata um cão acorrentado acompanhado da inscrição latina “Cave Canem” (Cuidado com o Cão). O aviso tinha a função de alertar os visitantes sobre a presença de um animal perigoso, embora nem sempre fosse verdade. Muitos estudiosos acreditam que, mesmo na ausência de um cão de guarda real, o aviso poderia cumprir uma função psicológica, dissuadindo potenciais intrusos ao sugerir a existência de um perigo iminente.

Endereço: Região: I, Insula: 7, Entrada: 1

Casa dell’Efebo

Restos de uma estrutura romana em Pompeia, com colunas coríntias e um afresco parcialmente preservado nas paredes, exibindo detalhes arquitetônicos e artísticos da Antiguidade.

Seu nome deriva de uma estátua de bronze de um efêbo (jovem na transição para a vida adulta) encontrada no local, que era usada como suporte para lâmpadas a óleo necessárias para iluminar os triclínios (salas de banquetes). Essa estátua tornou-se um dos símbolos da casa.

A Casa dell’Efebo foi criada pela união de três propriedades separadas, formando uma grande vila luxuosa. A integração dessas propriedades resultou em uma das maiores e mais complexas residências de Pompéia, com uma área que inclui múltiplos pátios, jardins e espaços destinados tanto à vida privada quanto ao entretenimento. Uma das características mais marcantes da casa é seu sistema avançado de gestão de água, que incluía tubulações de chumbo, implúvios (piscinas internas para coleta de água da chuva), cisternas, banhos privados e latrinas.

O interior da casa era ricamente decorado com afrescos, mosaicos e pisos em opus sectile , um tipo de pavimentação com padrões geométricos e florais intrincados. Além disso, o jardim central possuía um triclínio ao ar livre, onde os moradores podiam desfrutar de refeições em meio à natureza, cercados por colunatas e pinturas murais que retratavam cenas mitológicas e paisagens idílicas. Além disso, a casa abrigava pinturas murais notáveis, como uma representação dos deuses Ares e Afrodite sentados em frente a uma coluna hexagonal, com uma grande tigela posicionada entre eles.

Endereço: Região I, Insula: 7, Entrada: 11

Casa e Thermopolium di Vetutius Placidus

Interior de uma cozinha romana em Pompeia, com bancadas de pedra e afrescos nas paredes, preservando detalhes da arquitetura e da vida cotidiana da Antiguidade.

Este sítio combina uma residência privada com um thermopolium , um estabelecimento comercial que funcionava como uma espécie de “fast-food” da Roma Antiga. O nome do proprietário, Vetutius Placidus , foi preservado através de inscrições e registros arqueológicos.

Essa combinação de habitação e negócio era comum na cidade, demonstrando como os moradores adaptavam suas propriedades para atender às necessidades urbanas. O balcão de servir do thermopolium era construído em alvenaria e ricamente decorado com peças de mármore incrustado e continha grandes jarros de cerâmica embutidos, usados para armazenar alimentos e bebidas quentes, como sopas, vinhos e outras iguarias.

Escavações realizadas revelaram vários tipos de artefatos no local, incluindo utensílios de cozinha, restos de alimentos e fragmentos de cerâmica. Esses achados ajudaram os arqueólogos a reconstruir o cardápio típico do restaurante, que incluía carnes, legumes, frutos do mar e uma variedade de bebidas fermentadas.

Endereço: Região I, Insula: 8, Entrada: 8

Casa del Frutteto

Detalhe de um afresco romano em Pompeia, retratando cenas com pássaros, vegetação e elementos simbólicos, preservando a arte decorativa da Antiguidade.

Uma das características mais marcantes da Casa del Frutteto são seus cubicoli floreali , ou quartos decorados com temas florais e de vegetação. Esses espaços eram usados como dormitórios e apresentam afrescos que retratam árvores frutíferas, como limoeiros e corbezzoli (arbustos de frutas vermelhas), além de pássaros e outros elementos naturais. Essas pinturas murais criavam a ilusão de um ambiente ao ar livre, trazendo a natureza para dentro da casa.

Um dos destaques artísticos da casa é o chamado Cubicolo Azzurro, onde as paredes exibem tons de azul combinados com detalhes de aves e vasos. Outro afresco notável representa um boi em um quadro com fundo claro, contrastando com o azul intenso do restante da parede.

Endereço: Região: I, Insula: 9, Entrada: 5

Casa della Nave Europa

Interior de uma estrutura romana em Pompeia, com colunas e um teto de madeira, exibindo detalhes arquitetônicos preservados e vasos antigos no fundo.

O nome da casa vem diretamente de um grafite, que retrata uma embarcação comercial típica da época romana. A imagem da nau “Europa” está associada ao transporte de mercadorias, como o vinho e o óleo de oliva. A presença de um vigneto (vinhedo) anexo à propriedade sugere que a família estava envolvida na produção de vinho, um dos pilares da economia local

O pátio central, ou peristilo , é um dos destaques da casa. Ele era decorado com colunas quase intactas e um jardim ao centro.
Esse espaço era provavelmente usado tanto para atividades produtivas quanto para lazer.

Outro elemento notável é o uso de afrescos e decorações murais que adornavam as paredes internas e externas da residência. Embora menos preservados do que em outras casas pompeianas, as pinturas murais incluem temas relacionados à natureza e ao mar.

Endereço: Região: I, Insula: 15 Entrada: 3

Osteria del Gladiatore

Ruínas romanas em Pompeia, com paredes de tijolos e detalhes arquitetônicos preservados, cercadas por vegetação verde e árvores altas.

O nome “Osteria del Gladiatore” deriva de sua possível função como uma hospedaria ou taverna frequentada por gladiadores e viajantes. A localização estratégica ao longo da Via di Nocera, uma das principais vias de acesso à cidade, sugere que o estabelecimento servia como ponto de parada para comerciantes, peregrinos e até mesmo gladiadores que se dirigiam aos anfiteatros ou outros locais de entretenimento.

A Osteria conta com a presença de uma vinha, que foi reconstruída no local com base em evidências arqueológicas encontradas durante as escavações realizadas entre 1954-1955 e 1958-1959. Essa reconstrução faz parte de um projeto maior de “archeo-vendemmia” (colheita arqueológica), que busca recriar práticas agrícolas antigas.

Além disso, o edifício possui áreas destinadas à preparação e venda de alimentos e bebidas, típicas de uma taverna romana. Esses espaços incluem balcões de serviço, tanques para armazenamento de líquidos e áreas de cozinha.

Endereço: Região: I, Insula: 20, Entrada: 1

Orto dei Fuggiaschi

Reproduções em gesso de vítimas da erupção do Vesúvio, encontradas em Pompeia, capturando suas poses finais no momento do desastre.

O nome “Orto dei Fuggiaschi” (Jardim dos Fugitivos) foi inspirado pela posição dos corpos, que foram descobertos nesse antigo vinhedo (ou jardim). A técnica utilizada para preservar essas vítimas foi desenvolvida por Giuseppe Fiorelli, um arqueólogo italiano do século XIX. Ele introduziu o método de injetar gesso nos vazios deixados pelos corpos decompostos dentro das camadas de cinzas vulcânicas endurecidas, permitindo que as formas detalhadas das vítimas fossem reveladas.

O Orto não possui as características tradicionais de uma residência ou edifício público romano. Em vez disso, trata-se de um espaço aberto que funcionava como um vinhedo ou horta agrícola antes da erupção.

Endereço: Região: I, Insula: 21 Entrada: 6

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