Pompeia, localizada na região da Campânia, a cerca de 25 km de Nápoles, é um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo. A erupção do Vesúvio sepultou a cidade, preservando casas, templos, objetos e até os corpos de seus habitantes. Hoje, o Parque Arqueológico de Pompeia, declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1997, atrai cerca de 2,5 milhões de visitantes por ano, que exploram suas ruínas bem preservadas para entender a vida romana.
História de Pompeia
Pompeia tem uma história que remonta ao século VIII a.C., quando foi fundada pelos oscos em um entroncamento estratégico entre Cumas, Nola e Estábia.
Origens e Conquistas: Inicialmente um porto seguro para gregos e fenícios, Pompeia foi capturada pelos etruscos no século VI a.C., pelos gregos entre 525-474 a.C., e pelos samnitas no século V a.C. Após as Guerras Samnitas, tornou-se aliada de Roma, mantendo autonomia administrativa e linguística.
Integração Romana: Em 89 a.C., foi dominada por Lúcio Cornélio Sila e, em 80 a.C., tornou-se a Colonia Cornelia Veneria Pompeianorum. Durante o período augustano, a cidade viu grande desenvolvimento de infraestrutura, incluindo aquedutos e banhos públicos.
Destruição: Em 79 d.C., com cerca de 20.000 habitantes, Pompeia foi devastada pela erupção do Vesúvio, possivelmente em 23 de novembro (evidências arqueológicas sugerem outono, não 24 de agosto, como tradicionalmente pensado). A erupção, descrita por Plínio, o Jovem, durou seis horas, cobrindo a cidade com 25 metros de cinzas e piroclastos. O calor (acima de 250°C) foi a principal causa de morte, não a asfixia.
Redescoberta: Pompeia permaneceu oculta por 1.600 anos até ser redescoberta em 1599, durante a escavação de um canal, e formalmente escavada a partir de 1748 por Rocque Joaquin de Alcubierre. Escavações lideradas por Giuseppe Fiorelli na década de 1860 introduziram a técnica de moldes de gesso, revelando as posições exatas das vítimas.
Os Corpos de Pompeia
Os moldes de gesso das vítimas são uma das características mais marcantes de Pompeia. Durante a erupção, muitos habitantes morreram devido a gases venenosos ou fluxos piroclásticos, e seus corpos foram cobertos por cinzas. No século XIX, o arqueólogo Giuseppe Fiorelli desenvolveu uma técnica para criar moldes, injetando gesso nos vazios deixados pelos corpos decompostos (Pompeii Sites). Cerca de 1.150 corpos foram encontrados, de um total estimado de 2.000 vítimas, indicando que muitos fugiram antes da catástrofe.
Vida Diária em Pompeia
Pompeia era uma cidade próspera com cerca de 10.000 a 20.000 habitantes, conhecida por sua riqueza e diversidade social. A vida diária seguia o ritmo do sol, sem eletricidade, e era marcada por rotinas simples.
Logo pela manhã, eles acordavam cedo para iniciar suas atividades diárias. O primeiro passo era buscar água nas fontes públicas e preparar um café da manhã simples.
Em seguida, os moradores dedicavam-se ao trabalho. Durante esse período, comerciantes abriam seus estabelecimentos, artesãos produziam seus objetos e agricultores realizavam suas tarefas nos campos. Enquanto isso, o Fórum se tornava o ponto central da cidade, onde discussões políticas, negócios e trocas comerciais aconteciam em meio à movimentação cotidiana.
No final da tarde, reservava-se tempo para o lazer. As termas eram um dos principais destinos, servindo tanto para higiene pessoal quanto para socialização. Outra opção popular era assistir a eventos no anfiteatro, como jogos de gladiadores, que atraíam multidões.
Por fim, antes do pôr do sol, as pessoas se reuniam para o jantar, considerada a principal refeição do dia. A composição da mesa variava de acordo com a riqueza de cada família, mas geralmente incluía alimentos como azeitonas, ovos, peixe ou carne.
O local contava com luxuosas villas para a elite romana e tavernas frequentadas pelas classes trabalhadoras. Grafites nas paredes, como o famoso “Cave Canem” (cuidado com o cão), revelam detalhes da vida cotidiana. A cidade também tinha bordéis e eventos públicos de entretenimento, embora enfrentasse problemas, como tumultos no anfiteatro em 59 d.C.
Curiosidades Sobre Pompeia
Vesúvio Desconhecido:
Os habitantes não sabiam que o Vesúvio era um vulcão, pois não havia erupções há 1.800 anos. Eles o viam como uma montanha e ignoravam os frequentes terremotos.
Saúde Dental:
Análises de esqueletos revelaram dentes saudáveis, graças a uma dieta rica em frutas e vegetais, pobre em açúcar, e alta em flúor devido à proximidade do Vesúvio.
Cidade Próspera com Bordéis:
Com cerca de 15.000 habitantes, Pompeia era rica, com domus luxuosas, monumentos, teatro, anfiteatro e termas. Foram encontrados 25 bordéis, sendo o Lupanare o mais preservado, com afrescos eróticos e inscrições de clientes.
Nem Todos Morreram Imediatamente:
A erupção, começou com uma chuva de lapilli, permitindo que muitos fugissem. Cerca de 2.000 dos 15.000 habitantes morreram na fase final, com gases tóxicos e cinzas.
Direção do Vento:
Normalmente, o vento soprava do sudoeste (terra para o mar), mas durante a erupção, soprou para o noroeste, direcionando cinzas para Pompeia, agravando a tragédia.
Enterrada por 1.500 Anos:
Redescoberta em 1599 por Domenico Fontana durante a escavação de um túnel de água, as escavações formais começaram mais tarde, lideradas por Joaquin de Alcubierre.
Moldes de Gesso:
Os corpos exibidos não são petrificados, mas moldes de gesso criados por Giuseppe Fiorelli, que injetou gesso nos vazios deixados pelos corpos decompostos, capturando suas posições finais. Com o tempo, os tecidos orgânicos desapareceram, deixando apenas cavidades no formato exato das vítimas dentro da cinza endurecida.
“Cidade dos Mortos“:
Sir Walter Scott, ao visitar as escavações, descreveu Pompeia como a “cidade dos mortos”.
Segunda Guerra Mundial:
Durante a Segunda Guerra Mundial, Pompeia sofreu danos devido a bombardeios aliados em 1943, que atingiram partes do sítio arqueológico, destruindo afrescos e estruturas antigas. Além disso ao longo do tempo apesar da preservação, houve danos por incêndios e colapsos. Habitantes levaram objetos valiosos e materiais orgânicos foram destruídos.
Patrimônio Mundial:
Declarada Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1997, Pompeia precisa de cerca de US$335 milhões para conservação, estando na lista de monumentos em risco em 1996, 1998 e 2000.
Principais Atrações do Parque Arqueológico de Pompeia
O Parque Arqueológico de Pompeia cobre 66 hectares, divididos em nove regiões, e é um dos sítios arqueológicos mais extensos do mundo. Abaixo, destacamos algumas das principais atrações:
Fórum (Região VII)
Centro político, religioso e comercial, com templos e edifícios administrativos.
Anfiteatro (Região II)
Um dos mais antigos anfiteatros romanos, usado para jogos de gladiadores.
Casa de Fauno (Região VI)
Residência luxuosa com mosaicos impressionantes, como o de Alexandre, o Grande.
Vila dos Mistérios (Fora dos Muros)
Fora das muralhas, famosa por afrescos que retratam rituais dionisíacos.
Lupanare (Região VII)
Bordel com afrescos eróticos e inscrições de clientes.
Termas Estabianas (Região VII)
Complexo de banhos com seções masculina e feminina, decorado com estuques.
Templo de Apolo (Região VII)
Um dos templos mais antigos, com estátuas de Apolo e Diana.
Basílica (Região VIII)
Edifício do século II a.C. para administração da justiça e negociações.
Templo de Ísis (Região VIII)
Bem preservado, dedicado à deusa egípcia, popular entre as classes baixas.
Jardim dos Fugitivos (Região I)
Local onde moldes de gesso mostram vítimas tentando escapar da erupção.
Outros pontos incluem a Palestra Grande, recentemente reaberta com afrescos de Moregine, e o Antiquarium, um museu com artefatos do sítio. Algumas áreas podem estar fechadas devido a escavações contínuas, então consulte o site oficial antes da visita.
Informações Úteis
Endereço: Vicolo del Panettiere, 80045 Pompei NA, Itália
Coordenadas Geográficas: 40.74827771842556, 14.482086802350185
Visitação: Sim
Site Oficial: https://pompeiisites.org/en/
Duração da Visita: Aproximadamente entre 4 e 6 horas
Ingressos e Valores: https://pompeiisites.org/en/visiting-info/timetables-and-tickets/
Entrada Gratuita: Todo primeiro domingo do mês.
Guarda Volumes: Sim
Horário de Funcionamento
O parque está aberto diariamente, com horários que variam por estação:
Verão (1º de abril a 31 de outubro): 9h às 19h (última entrada às 17h30).
Inverno (1º de novembro a 31 de março): 9h às 17h (última entrada às 15h30).
Alguns edifícios (domus) têm acesso reduzido após as 18h no verão. Consulte os horários atualizados.
Dicas Práticas
Protetor Solar e Água: Há pouca sombra, especialmente no verão. Leve protetor solar, chapéu e uma garrafa de água.
Calçados Confortáveis: O terreno é irregular e rochoso, então use tênis ou sapatos adequados.
Bagagens: Apenas bolsas pequenas (máx. 30x30x15 cm) são permitidas. Evite mochilas grandes.
Código de Vestimenta: Não são permitidas roupas indecorosas ou entrada sem blusa.
Acessibilidade: Algumas áreas são acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida, mas outras não.
Melhor Época: Visite em dias de semana, especialmente na baixa temporada (dezembro a fevereiro), para evitar multidões. Evite julho e agosto devido ao calor intenso.
Alimentação: Há uma cafeteria e restaurantes dentro do parque, mas os preços são elevados. Considere levar lanches.
Limite de Visitantes: Há um limite diário de 20.000 visitantes, com ingressos nominais.
Artefatos Eróticos: Muitos objetos eróticos estão no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, no “Gabinete Secreto”, acessível a maiores de idade desde 2000.
Como Chegar
Trem
Pegue a linha Circumvesuviana na estação Napoli Garibaldi, abaixo da Estação Central de Nápoles (Piazza Garibaldi). A viagem até a estação Pompei Scavi – Villa dei Misteri leva 30-40 minutos e custa cerca de €3,41 por trecho. A estação fica a poucos minutos a pé da entrada principal (Porta Marina). Bilhetes podem ser comprados na estação ou online.
Carro
De Nápoles, siga pela autoestrada A3 até a saída Pompei Ovest. O trajeto leva cerca de 30 minutos e há estacionamentos no local.
Ônibus
Há serviços de ônibus de Nápoles, mas são menos frequentes. O custo é de cerca de €2, e a viagem leva cerca de 40 minutos.
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