Inaugurado em 3 de novembro de 1889, o Theatro Santa Roza é o terceiro mais antigo da Paraíba.
A área onde o teatro foi construído, no Centro Histórico de João Pessoa, já era uma região de grande importância administrativa e social na cidade. No final do século XIX, João Pessoa passava por um período de transformação e modernização, e não havia muitos espaços dedicados às artes cênicas ou eventos culturais de grande porte.
A proposta para a construção do Theatro Santa Roza foi liderada pelo então presidente da província da Paraíba, Francisco da Gama Roza, com o objetivo de criar um espaço dedicado à cultura e às artes em João Pessoa. O nome do teatro é uma homenagem à sua mãe, Roza Cavalcanti de Albuquerque.
Arquitetura
No Theatro Santa Roza, o estilo italiano é mais evidente na disposição interna da sala de espetáculos. A estrutura do auditório segue o tradicional formato de ferradura, um design típico dos teatros italianos que se popularizou a partir do Renascimento. Esse estilo foi adotado porque favorece a acústica e garante boa visibilidade de todos os assentos para o palco.
A fachada é inspirada no neoclássico com estilo greco-romano, influenciado pelo barroco italiano, essas influências são claras no uso de colunas e no frontão triangular que coroa a entrada principal.
Possui uma capacidade de 412 assentos, distribuídos entre a plateia e os camarotes. Na construção de suas paredes, foram utilizadas pedras calcárias, conferindo solidez e durabilidade à estrutura. Já os camarotes e o revestimento interno foram feitos com madeira nobre do tipo Pinho de Riga, conhecida por sua resistência e qualidade.
Inauguração
A inauguração do Theatro Santa Roza aconteceu em 3 de novembro de 1889, apenas alguns dias antes da Proclamação da República no Brasil.
A noite de abertura foi marcada pela apresentação do drama “O Jesuíta ou o Ladrão de Honra”, de Henrique Peixoto, atraindo a elite local para o novo espaço cultural da cidade. Apenas doze dias após essa estreia, o Brasil proclamou a República, encerrando o período imperial. Com a mudança, Francisco da Gama Roza, o idealizador do teatro, perdeu seu mandato, sendo o último presidente da província durante o Império.
Curiosidades
Foi em suas dependências que ocorreu uma assembleia marcante, onde se decidiu a criação da bandeira do estado, adotando as cores preto e vermelho, com a inscrição “Nego”, que simboliza a resistência ao ex presidente Washington Luís .
Além disso, em 4 de setembro de 1930, o teatro foi palco de uma sessão tumultuada da Assembleia Legislativa da Paraíba, na qual, por meio do decreto de lei Nº 700, o nome da capital foi alterado de Paraíba para João Pessoa.
Lenda
Uma das histórias mais conhecidas de João Pessoa, está associada a um episódio misterioso e intrigante envolvendo a apresentação dos suecos.
Após um dos espetáculos, uma tragédia assolou o teatro. John Balabrega Miller e Bartelle perderam a vida em uma explosão que ocorreu dentro do próprio local. O desastre deixou muitos feridos e então as portas do teatro se fecharam, abrindo-se novamente apenas em 1901.
Funcionários e frequentadores do teatro relataram eventos estranhos, como sons inexplicáveis, vozes e passos ecoando nos corredores vazios, portas que se fecham sozinhas e até a aparição de figuras fantasmagóricas. Acredita-se que esses fenômenos seriam causados pelos fantasmas dos artistas suecos que, segundo a lenda, não conseguiram deixar o teatro.
O Theatro Atualmente
Atualmente, o Theatro Santa Roza continua a ser um dos principais centros culturais de João Pessoa e da Paraíba e ainda funciona. Mesmo após passar por várias reformas ao longo dos anos, o teatro conseguiu preservar sua arquitetura original. Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 30 de novembro de 1962.
Informações Úteis
Endereço: Praça Pedro Américo, S/N – Centro, João Pessoa – PB, 58010-340
Coordenadas Geográficas: -7.1178495313523795, -34.88670394677317
Natureza: Pública
Localização: Urbana
Site Oficial: https://www.instagram.com/theatrosantaroza/
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