O Circo Máximo, o maior estádio da Roma Antiga, era capaz de reunir até 250 mil espectadores em suas arquibancadas.
História do Circo Máximo
Antes do Circo Máximo, a área onde ele foi construído era um vale natural entre as colinas do Palatino e do Aventino, em Roma. Esse vale, conhecido como “Vallis Murcia,” era uma região naturalmente irrigada pelo rio Tibre e por um riacho que atravessava o vale. Este vale foi drenado e transformado ao longo do tempo.
Com o crescimento de Roma e o aumento da população, eventos públicos começaram a ser realizados nesse espaço. Segundo a tradição, já no século VI a.C., o rei etrusco Tarquínio Prisco organizou as primeiras corridas de carruagens no local. No início, essas corridas aconteciam em uma área ainda muito rudimentar, sem estrutura formal.
As primeiras versões do Circo Máximo eram bastante rudimentares, consistindo em pouco mais do que uma área plana para as corridas e espaços improvisados para os espectadores. As arquibancadas eram feitas de madeira e não havia uma boa infraestrutura. No entanto, devido à sua construção em madeira, o estádio frequentemente apodrecia ou era consumido por incêndios, necessitando de substituições frequentes.
O Circo Máximo foi sendo gradualmente expandido e melhorado. Durante a República e o Império, a estrutura passou por várias reformas e ampliações, incluindo a construção de arquibancadas permanentes em pedra, a criação de um sistema complexo para controle das corridas e a adição de monumentos e ornamentos que celebravam as vitórias militares e a glória de Roma.
Sob o governo de Júlio César, no século I a.C., o Circo Máximo foi ampliado e melhorado significativamente. César estendeu as arquibancadas para acomodar mais de 150.000 espectadores, e a pista foi alargada. Durante o reinado do imperador Augusto, novas melhorias foram feitas, incluindo a construção de uma arquibancada imperial, de onde o imperador e sua corte podiam assistir aos jogos. Foi também sob Augusto que o primeiro obelisco egípcio foi erguido na “spina”.
Arquitetura e Estrutura
O circo tinha uma forma oval, com uma pista longa e reta cercada por arquibancadas em ambos os lados. No centro da pista, havia uma barreira chamada “spina”, decorada com obeliscos, estátuas e outros monumentos. No topo da spina, havia metas, estruturas em forma de cone que marcavam as voltas das corridas.
Nas extremidades do circo, os carros de corrida partiam de uma área chamada “carceres”, que consistia em uma série de portões alinhados. Cada portão era equipado com mecanismos que permitiam a abertura simultânea, garantindo uma partida justa para todos os competidores. Ao longo das laterais, as arquibancadas subiam em camadas, com os lugares mais baixos reservados para as classes mais altas e os superiores para a plebe. O imperador e a nobreza tinham assentos especiais.
Entre a arena e as arquibancadas, havia um fosso profundo que servia para proteger os espectadores dos animais selvagens durante os espetáculos. Além disso, o fosso contava com canos que ao pisar giravam, dificultando ainda mais qualquer tentativa dos animais de avançar.
Além das corridas de bigas, o Circo Máximo também era palco de outros espetáculos, como lutas de gladiadores, jogos públicos e celebrações religiosas.
Declínio do Circo Máximo
Durante o século VI, com o declínio do patrocínio estatal e a diminuição das receitas, tornou-se mais difícil manter as elaboradas produções e a infraestrutura do circo. Além disso, as corridas de bigas, que eram a principal atração do Circo Máximo, começaram a perder popularidade à medida que outros tipos de entretenimento, como os espetáculos teatrais e as lutas de gladiadores, ganhavam espaço em arenas menores e mais especializadas.
No período medieval, o espaço do Circo Máximo foi transformado em áreas de cultivo e pastagem. As pessoas começaram a utilizar o local para atividades agrícolas devido ao seu grande espaço aberto.
Além disso, parte do circo foi usada como uma fonte de materiais de construção. As pedras e outros materiais foram retirados das ruínas para serem utilizados em novas construções em Roma. Isso levou ao desaparecimento de boa parte das estruturas originais do Circo.
Ao longo dos séculos, o local também foi utilizado para outros fins públicos, incluindo mercados e outras atividades comunitárias. No entanto, ele nunca recuperou o papel central que teve durante o Império Romano.
O primeiro obelisco, conhecido como Obelisco Flamínio, foi trazido para Roma pelo imperador Augusto e originalmente erguido no Circo Máximo. Em 1587, durante o papado de Sisto V, ele foi removido do circo e reposicionado na Piazza del Popolo, onde permanece até hoje.
O segundo obelisco, chamado Obelisco Laterano, foi trazido a Roma pelo imperador Constâncio II. Este obelisco também adornava a spina do Circo Máximo. Assim como o Obelisco Flamínio, ele foi removido em 1587 por ordem do papa Sisto V e instalado em frente ao Palácio de Latrão (San Giovanni in Laterano), onde ainda se encontra.
Circo Máximo nos Dias Atuais
Hoje em dia, o Circo Máximo é um vasto parque público localizado no coração de Roma. Embora restem poucas estruturas visíveis da sua antiga glória como o maior estádio da Roma Antiga, o espaço é amplamente utilizado para eventos culturais, shows, e grandes celebrações.
Informações Úteis
Endereço: 00186 Rome, Metropolitan City of Rome Capital, Itália
Coordenadas Geográficas: 41.88578032282653, 12.485704151737265
Horário de Funcionamento: 24 horas
Entrada: Gratuita
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